Chile: Estivadores retomam protestos após combativa greve nacional

Estivadores protestam em greve histórica
Estivadores protestam em greve histórica

Chile: Estivadores retomam protestos após combativa greve nacional

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Na primeira semana de janeiro, estivadores chilenos do porto de Valparaíso retomaram os protestos por direitos paralisando de maneira intermitente as atividades do principal porto do país após a quebra de um acordo por parte da empresa canadense de operação portuária Ultraport.

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Estivadores protestam em greve histórica
Estivadores protestam em greve histórica

As paralisações intermitentes foram realizadas por duas horas em todos os turnos de trabalho. Além do cumprimento dos acordos, os funcionários exigem a reintegração de 24 operários demitidos por motivos de perseguição política.

A greve dos portuários de Valparaíso teve início em novembro de 2018 e se estendeu por mais de um mês, tornando-se a segunda maior dos últimos 20 anos na região. A combativa mobilização foi realizada pelos trabalhadores portuários temporários, ou seja, trabalhadores que são apenas convocados a trabalhar quando há excesso de trabalho no porto.

Dentre as demandas dos operários estavam a melhoria das condições de trabalho, o pagamento de um bônus salarial e o compromisso das empresas em não perseguir e nem realizar represálias contra os trabalhadores que tomam parte nas mobilizações.

 

Em matéria publicada 28 de dezembro, o jornal popular chileno El Pueblo denunciou as condições abusivas a que eram submetidos os trabalhadores eventuais. Os operários são contratados no início e despedidos no final de cada turno de trabalho, sem contrato, sem garantias trabalhistas mínimas e sem direitos sociais, como o direito à greve, às férias e, no caso das mulheres, sem direitos relacionados à maternidade. Além disso, os dirigentes sindicais não têm direito a foro.

A combativa paralisação, vanguardeada pelos estivadores temporários de Valparaíso, rapidamente se espalhou por outras nove cidades chilenas, atingindo abrangência nacional. A luta conquistou amplo apoio popular, mobilizando milhares de pessoas em protestos de solidariedade, e obrigou o velho Estado chileno e o grupo econômico Von Appen a atender às justas demandas dos trabalhadores.

Durante as massivas manifestações, foram inúmeras as denúncias de violações de direitos e ataques contra os trabalhadores promovidos pelas forças de repressão. Agressões, torturas, investigação de dirigentes sindicais, tentativas de sequestros e até mesmo ameaça às famílias dos trabalhadores foram relatadas.

No dia 17 de dezembro, em uma demonstração clara de violação dos direitos de organização dos trabalhadores, forças especiais da polícia chilena invadiram o sindicato dos estivadores, lançando bombas de gás lacrimogêneo, destruindo as dependências, agredindo e prendendo operários.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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