Autêntica representante da música típica de Pernambuco, Nena Queiroga é a rainha do carnaval de Recife. Com quatro discos gravados e um constante interesse em divulgar a cultura do seu lugar, Nena se prepara para viajar por todo o país levando sua vivência e a música pernambucana.
— Sou de uma família de músicos. Meu pai, Luiz Queiroga, era compositor lá de Olinda, e minha mãe, Meves Gama, cantora. Minha mãe cantava nas orquestras, meu pai compunha frevos, inclusive é o autor de Hora do Adeus, juntamente com Onildo Almeida, uma música gravada por Luiz Gonzaga e que está nesse filme recente que fizeram sobre sua vida — conta Nena Queiroga.
O pernambucano Luiz Queiroga teve composições interpretadas por Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Trio Nordestino, Trio Pau e Corda e mais artistas. Além de compositor, escreveu textos humorísticos para artistas do rádio e televisão, entre eles: Chico Anysio, Ankito, Paulo Gracindo, Costinha, Carlos Leite e Mário Tupinambá. Também era produtor.
Meves Gama, paraibana, foi uma importante cantora da época de ouro do rádio brasileiro, atuando mais na rádio pernambucana. Gravou seu primeiro disco em 1957, cantando Segure o seu homem, um frevo de Capiba. Entre outros, interpretou músicas de Nelson Ferreira, Onildo Almeida, Gildo Branco e Dozinho.
— Esse movimento musical que fez parte da vida dos meus pais influenciou a nossa vida, assim todos os meus irmãos trabalham com música. Crescemos nos ensaios de orquestras, nos teatros, nos auditórios, nas coxias, nos festivais, acompanhando nossa mãe, que não tinha com quem deixar os filhos — recorda Nena.
— Então estávamos sempre assistindo, ouvindo a cultura daqui, participando desse mundo. E isso é algo que fica na cabeça, vai entrando naturalmente na nossa vida, e o compor ou cantar vai se tornando tão natural quanto beber água — diz.
— Engraçado é que tenho dois filhos, o Yuri e a Ylana Queiroga, que cresceram comigo nos ensaios, orquestras, enfim, todos os compromissos, por não ter com quem deixá-los. Atualmente a Ylana está lançando um disco, produzido pelo Yuri, e se alguém perguntar como surgiu o interesse pelo trabalho com música, vão dizer: 'Ah, porque eu ia acompanhar minha mãe’. É algo que passa por gerações — constata.