Indígenas protestam contra usina no rio Tapajós
Com informações de amazonia.org.br e Valor Econômico

Cacique Munduruku: "Vamos para o enfrentamento, o Tapajós não vai sofrer como sofre hoje o Xingu"
Lideranças indígenas munduruku das aldeias situadas ao longo do rio Tapajós, no Pará e Norte do Mato Grosso, numa região isolada da Amazônia, declararam que não há acordo e que resistirão ao projeto de construção de hidrelétricas ao longo do rio onde vivem hoje cerca de oito mil indígenas dessa nação.
O cacique Arnaldo Koba Munduruku esteve em uma reunião com representantes do gerenciamento Rousseff e deixou claro que os indígenas não concordam e não permitirão que usinas sejam instaladas em suas terras. "Nosso povo não quer indenização, nem quer o dinheiro de usina. Nosso povo quer o rio como ele é", declarou o cacique ao Valor Econômico. "Não vamos permitir que usinas ou até mesmo que estudos sejam feitos. Vamos unir nossa gente e vamos para o enfrentamento. O Tapajós não vai sofrer como sofre hoje o rio Xingu" – asseverou o cacique fazendo referência à grave situação enfrentada pelos povos indígenas da região do rio Xingu com as obras da hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira (PA).
Grandes grupos capitalistas já afiam as garras visando as riquezas incalculáveis da biodiversidade, subsolo e águas da região: Eletrobras, Cemig, Copel, GDF Suez Energy, Endesa do Brasil e Neoenergia Investimentos já participaram de reuniões com o governo federal para debater projetos de exploração das terras originárias dos munduruku.