No dia 30 de maio, agentes da Polícia Federal, da Companhia de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais e da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul atacaram cerca de 3.500 indígenas Terena na Terra Indígena Buriti, área de 17 mil hectares situada no município de Sidrolândia, no MS. A ação policial visava cumprir uma ordem de reintegração de posse em favor do latifundiário e ex-deputado Ricardo Bacha (PSDB), que alega ser proprietário de terras no local.
Dezenas de policiais cercaram os indígenas e atacaram com disparos de armas de fogo, bombas e spray de pimenta. Os Terena defenderam suas terras com bravura, enfrentando fuzis e outras armas de grosso calibre com pedras, paus, arcos e flechas.
"Mataram um guerreiro Terena"
O indígena Oziel Gabriel foi assassinado com um disparo dos policiais. Segundo informações publicadas em vários veículos de imprensa, a Polícia Federal confirmou ter utilizado munição letal na ação.
"Deram um tiro no meu irmão que a bala varou o corpo. Destruiu tudo por dentro. Ele não teve chances de sobreviver", denunciou Otoniel Terena, irmão do indígena assassinado, que acrescentou: "Chegaram atirando. Pensamos que era arma com bala de borracha. A terra é algo comprovada como nossa. São bandidos. Tudo culpa desse fazendeiro Ricardo Bacha. Ele disse que ia morrer gente e a palavra foi cumprida. Quero Justiça. Polícia matou meu irmão que deixou dois filhos e uma esposa".