No fechamento desta edição de AND recebemos a informação de que, na noite do dia 13 de agosto, moradores da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, zona Norte do Rio, protagonizaram uma revolta contra a morte de Laércio Hilário da Luz Neto, 17 anos, e acusam policiais militares pela morte do jovem. Em justa rebelião popular, três ônibus foram incendiados e um carro da PM foi apedrejado.
Laércio estava desaparecido desde a noite do dia 12 e seu corpo foi encontrado na laje de uma residência na Rua 6. O jovem estava aprendendo a trabalhar como barbeiro e sua tia afirmou aos meios de comunicação que, mesmo ele não tendo envolvimento com o tráfico, constantemente era abordado por soldados da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). O coronel Frederico Caldas, comandante da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), foi a Vila Cruzeiro e disse desconhecer qualquer tipo de abordagem feita pela UPP contra a vítima.
Amigos da vítima ainda afirmaram que ele teria sido abordado um dia antes de falecer e seu pai disse que, meses antes, ele tinha recebido uma ‘dura’ truculenta.
Durante a manifestação, que teve início por volta das 21h, um ônibus foi incendiado na esquina das Ruas Maragogi com Aimoré, e outros dois na Rua Taperoá. O carro da polícia foi atacado na Praça São Lucas, bem próxima à base da UPP. A repressão utilizou balas de borracha, mas no início da madrugada foram ouvidos barulhos de tiros de munição real.
No dia seguinte, o policiamento foi reforçado na região. As duas UPPs da comunidade Vila Cruzeiro e da vizinha Parque Proletário foram inauguradas em agosto de 2012 e são responsáveis pelo patrulhamento de seis favelas.
Em plena indignação popular pelo desaparecimento do morador da Rocinha, o pedreiro Amarildo de Souza, o aparato policial do velho Estado comete outro (um dos inúmeros) crime contra a população pobre do Rio.