
Assembleia do dia 11 de outubro decide pela continuidade da greve.
Na manhã do último oito de outubro, cerca de 300 profissionais da rede municipal de educação de Goiânia (GO) ocuparam o plenário da Câmara Municipal.
— Nós estávamos acompanhando a votação e o presidente da Câmara tentou fazer uma manobra para nos prejudicar, e isso acabou levando à ocupação — explica Antônio Gonçalves, professor da rede municipal de ensino e integrante do Comando de Greve.
Os profissionais da educação estavam acompanhando a votação de um projeto de lei complementar, de autoria do prefeito Paulo Garcia (PT), que “concedia” auxílio locomoção aos professores, de R$133 a 266, dependendo da carga horária trabalhada. O projeto, na verdade, reduzia o valor pago aos professores a título de deslocamento. A oposição apresentou emendas, aumentando os valores para de R$213 a R$425.
Durante a votação, o placar variou bastante, mas caminhava para o fim com 16 votos favoráveis ao aumento e 15 contra. Mas o placar foi invertido com a chegada de dois vereadores. Um deles foi favorável às emendas, mas depois afirmou ter votado “errado” e pediu para refazer o voto, colocando o placar em 17x15, prejudicando os profissionais em greve. Neste momento, os professores ocuparam o plenário da casa.
Até o fechamento desta edição, a Câmara continuava ocupada por centenas de trabalhadores. Uma assembleia com cerca de cinco mil professores havia decidido pela continuidade da greve e da ocupação. A justiça já determinou uma ordem de reintegração de posse em favor da Câmara, mas os professores prometem resistir.
— A assembleia decidiu pela continuidade da greve e da ocupação, então nós vamos resistir. Estamos recebendo apoio de toda a sociedade, de pais, estudantes, trabalhadores, associações de bairro. A categoria está muito mobilizada e a sociedade nos apoia — comemora o professor Antônio Gonçalves.
Os professores exigem um canal de negociação direto com a prefeitura, já que meses e meses de tentativas de negociação com a secretaria de educação foram infrutíferos.