Entrevista concedida a Ana Lúcia Nunes por Carolina Nogueira, professora pedagoga, integrante do Comando de Greve.

Cartazes mostram combatividade dos professores em Goiânia.
AND: Quais vitórias você destacaria dessa jornada de luta dos profissionais da educação de Goiânia?
CN: A princípio, nós arrancamos algo, mas não o essencial. A prefeitura continua afirmando que paga 7,3% a mais do que o piso nacional para a categoria e isso não é verdade, por isso nossa luta vai continuar. Mas a prefeitura se comprometeu a não se aliar ao grupo de prefeitos e governadores que está defendendo junto ao STF que o salário dos professores seja ajustado de acordo com o INPC e não de acordo com o Fundeb, como manda a lei. Se os nossos salários forem ajustados de acordo com o INPC, o aumento para 2014 será de 7.7%, e com o Fundeb seria de 19%. Esse compromisso foi arrancado da prefeitura, eles assinaram um documento se comprometendo.
Nós também conseguimos algo histórico, a partir de agora a regência será incorporada às aposentadorias. Antes o professor perdia esse benefício, que corresponde a cerca de 20% dos nossos salários.
Em relação ao adicional de difícil acesso (auxílio locomoção), nós conseguimos um reajuste de 26% em 2014 e 26% em 2015 sobre o valor atual, de R$ 219.
Outras vitórias importantes foram que conseguimos foi que membros do Comando de Greve passassem a integrar o grupo de trabalho da reformulação do plano de carreira, tanto do magistério como do administrativo; e também participar de um grupo de trabalho junto ao Ministério Público para estudar a possibilidade de que as e os auxiliares educativos sejam enquadrados como profissionais do magistério, já que lhes foi exigida essa formação.
Enfim, em algumas pautas conseguimos compromissos da prefeitura, outras cobramos apenas o cumprimento da lei.
Nós vamos cobrar que a prefeitura cumpra a lei e, se não cumprir, vamos voltar a fazer greve. Demos o prazo de 30 dias para alguns pontos e de até 90 para outros. Esse acordo que fizemos será votado pela câmara e caso seja aprovado será transformado em lei.
AND: O que aconteceu com o PL que estava sendo votado quando vocês ocuparam a Câmara?
CN: O Projeto de Lei antigo que tratava sobre o auxílio deslocamento ficou parado na casa e terá que ser readaptado, de acordo com o acordo que fizemos com a prefeitura.