
Profissionais da educação do RJ realizaram histórica jornada de lutas em 2013.
Ocorreu dos dias 16 a 19 de janeiro em Brasília-DF o 32º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). O evento custou milhões de reais e foi marcado pela defesa desesperada feita pelos oportunistas da CNTE/CUT das nefastas políticas da gerência Dilma-PT e a escancarada prática da conciliação de classes.
O número de 2.300 delegados presentes poderia ser algo significativo se não servisse para esconder as manobras rasteiras feitas pelos dirigentes burocratas da CNTE. A esmagadora maioria dos delegados era constituída por dirigentes sindicais pelegos cuja “eleição” foi fruto de acordos entre as forças políticas controladas por PT/PCdoB/etc., e não através de uma ampla e democrática discussão feita em assembleias e pela deliberação pelos trabalhadores de base.
Tudo no congresso foi montado para impedir o debate político. Bandeiras e faixas foram proibidas e o valor cobrado pelo aluguel de stands para a exposição e venda de materiais pelas delegações chegou a absurdos R$ 1.100.
O MOCLATE – Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação interviu dentro e fora do congresso, nas plenárias e grupos de trabalho. Foi feita a denúncia contundente da destruição da escola pública e do peleguismo que impera na CNTE e na direção dos sindicatos que a integram. Ativistas do MOCLATE tiveram que enfrentar a segurança do evento para panfletar o boletim do movimento e expor materiais de divulgação e em apoio ao movimento camponês combativo.
Desmascarar o oportunismo
Durante todo o evento os dirigentes pelegos se esforçaram para dizer que vai tudo bem com o ensino público do país, que as manifestações de 2013 não passaram de reivindicações difusas e que foram fruto do aprofundamento da “democracia” brasileira, como afirmou Dilma/PT em rede nacional na época. Esforçaram-se para defender o atual governo do oportunismo, pintando-o de democrático e popular, em uma clara política de conciliação de classes.
Durante as plenárias, a cúpula da CNTE/CUT teve o descaramento de avaliar como positivas as minguadas “greves nacionais” de três dias convocadas nos últimos três anos.
O positivo deste período, podemos afirmar, foi a expressiva combatividade demonstrada pelas centenas de milhares de educadores que realizaram greves nos municípios e estados, que levantaram as reais demandas dos professores, funcionários, estudantes e pais de alunos. As direções dos sindicatos ligados à CNTE em todo o país claramente não levaram a luta a termo e fizeram um movimento apenas de aparência, sem dar nenhum real enfrentamento contras as nefastas políticas educacionais implementadas pela atual gerência do velho Estado brasileiro.