
Na Praça Seca, moradores sustentaram vigorosos confrontos contra a repressão policial
Na tarde do último dia 12 de fevereiro, novos protestos voltaram a acontecer na região da Praça Seca, na zona Oeste do Rio de Janeiro. A população da comunidade Bateau Mouche deu novas demonstrações de coragem e enfrentou a tropa de choque. Os protestos são em repúdio ao assassinato de dois jovens durante uma operação da Polícia Militar em Rocha Miranda.
No dia anterior, 11/2, outras manifestações já haviam ocorrido. Pela manhã, as pistas da Rua Cândido Benício foram bloqueadas e os manifestantes incendiaram um ônibus e um banheiro químico. Um carro da PM teve os vidros quebrados. Durante a noite outro ônibus e uma retroescavadeira foram incendiados. Vários moradores ficaram feridos com as bombas lançadas pela repressão.
A versão policial diz que os mortos (Gleberson Nascimento Alves e Alan de Souza Pereira) estavam acompanhados de mais dois homens que teriam sido abordados durante um patrulhamento na Avenida dos Italianos. Os rapazes teriam resistido e um deles atirado contra a viatura policial.
Porém, moradores e familiares negam a versão da PM e afirmam que as vítimas estariam levando uma peça de moto e teriam sido confundidos com os ladrões. Gleberson e Alan não tinham antecedentes criminais.
Em depoimento a um telejornal, a familiar de um dos rapazes, que não quis se identificar, disse: “Eles alegaram que eles estavam fugindo deles [dos policiais] e estavam trocando tiros com eles e não foi isso. Foi uma execução e não foi tentativa de assalto, como eles alegaram.”