Segundo nota publicada pelo Conselho Indigenista Missionário, no dia 9 de maio, cinco líderes indígenas Kaingang foram presos pela Polícia Federal, “numa verdadeira emboscada, enquanto participavam de ‘reunião’ promovida por representantes do Governo do Rio Grande do Sul e pela Fundação Nacional do Índio (Funai) no município de Faxinalzinho”.
Os indígenas foram presos pela Polícia Federal acusados, sem quaisquer evidências ou provas, da morte de dois agricultores. Entre os presos, encontra-se o cacique da terra indígena Kandóia, Deoclides de Paula, que vinha reivindicando a continuidade do processo de demarcação da terra Kaingang.
Dois dias antes das prisões arbitrárias, os Kaingang aguardavam o ministro da justiça à terra indígena de Kandóia, onde seria realizada uma reunião para discutir a continuidade dos processos de demarcação e providências contra ameaças de bandos de pistoleiros. O ministro não compareceu a esperada reunião, enviando seu assessor especial, Marcelo Veiga, que se reuniu “a portas fechadas” com representantes da gerência Tarso Genro (PT) e da Polícia Federal. Então, segundo nota veiculada pelo Cimi, “o Governo do estado, na figura de Elton Scapini, Secretário de Desenvolvimento Rural do RS, Ricardo Zamora e Milton Viário, assessores diretos do Governador Tarso Genro, junto ao coordenador regional da Funai, Roberto Perin e o prefeito do município de Faxinalzinho, Selso Pelin, convenceram os Kaingang a deslocaram-se para fora da aldeia Kandóia” para se reunirem com representantes do governo. Durante a malfadada reunião, agentes federais prenderam os cinco líderes Kaingang.