A Arena Pantanal, em Cuiabá - MT, foi palco de mais um assassinato de operário. Na manhã de 8 maio, o operário Mohamed Ali Maciel Afonso, 32 anos, sofreu uma violenta descarga elétrica enquanto trabalhava. Esta é 14ª morte de operário nos canteiros de obra dos estádios ou centro de treinamentos que vem a conhecimento público.
Os operários denunciam a grande pressão feita pelos governos e empreiteiras para acelerar o término da obra. No dia 20 de maio será o "evento teste" para a Copa. A construção da Arena já vem sendo arrastada há 4 anos, desde o dia 26 de abril de 2010, e tem um gasto de mais de 570 milhões de reais, orçamento este que já recebeu diversos aditivos.
Mohamed Afonso, como tantos outros operários país afora, era terceirizado e trabalhava na empresa Etel, que integra o Consórcio CLE, responsável pela instalação dos equipamentos de Tecnologia, Informação e Comunicação da Arena Pantanal e contratada pela Construtora Mendes Junior. Como aconteceu nas mortes anteriores, não havia os equipamentos coletivos de segurança no local. Também devido à correria imposta pelas empresas não são ministrados os treinamentos de segurança necessários e nem equipamentos de segurança individuais e coletivos.
No dia 9, o Ministério do Trabalho determinou a paralisação dos trabalhos de instalação de parte das linhas elétricas na Arena Pantanal "até que a empresa prestadora de serviço Etel comprove que tomou medidas preventivas para garantir a segurança dos trabalhadores". Mais uma vez é tarde demais. Mais um operário teve a vida ceifada pela ganância patronal, pela farra da grande burguesia, das gerências de turno desse velho Estado genocida, e em nome de um "evento" que só tem trazido repressão, remoção e perda de direitos para o povo pobre.
Mohamed deixou dois filhos.