
Camponeses, índos e ecologistas protestam contra Pacifie Rim
Camponeses salvadorenhos e entidades estão exigindo de Salvador Sánchez Cerón, gerente do novo “governo” empossado em junho último, uma lei definitiva proibindo a mineração de ouro e prata em vários departamentos (estados), entre eles o de Cabañas, no norte do país, onde a revolta é maior.
O contrato de extração desses minérios pertencia à transnacional canadense-estadunidense Pacific Rim Mining até o ano passado, quando após causar problemas ambientais e também ser apontada como suspeita de ordenar assassinatos de líderes comunitários/camponeses, foi vendida à australiana - coreana Oceana Gold.
Apesar de Sánchez Cerón ter prometido em sua campanha eleitoral proibir essas atividades mineradoras (jornal Contrapunto), existem razões para duvidar.
Isso porque seu partido, a Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN), da “esquerda” oportunista eleitoreira, está na gerência federal desde 2009 e até agora o que fez foi colocar cortinas de fumaça, ou seja: adotou apenas medidas provisórias e tímidas quanto ao problema mineiro, além de não mandar investigar ou fazer vista grossa às apurações falhas dos assassinatos.
Uma das entidades que exigem a proibição definitiva, a Mesa Nacional Frente à Mineração Metálica, criticou numa nota de outubro do ano passado: “... o debate real em torno das implicações da mineração continua silenciado em El Salvador”.
Propaganda massiva e conversa fiada
Em 2004 a Pacific Rim obteve a licença para a exploração e logo identificou 25 jazidas de ouro e prata em 7 estados, incluindo Cabañas, uma das zonas mais pobres do país centroamericano. Naquele estado quase 70% dos habitantes são camponeses mestiços indígenas, que cultivam café, cana, frutas, hortaliças, etc, e criam algum gado. Seu solo é rico em ouro, prata e cobre.
Conforme artigo do jornalista Giorgio Trucchi, publicado na internet no dia 10 de setembro último, o plano da transnacional era utilizar no seu projeto mineiro denominado El Dorado “uma média de 2 toneladas diárias de cianeto e quase 900 mil litros diários de água, isto é, a mesma quantidade que uma família camponesa consumiria em quase 20 anos. O depósito para rejeitos líquidos contaminados com cianeto e mercúrio ocuparia 35 hectares, com paredes de 30 metros de altura”.