Artista conhecido e respeitado dentro do universo da música popular brasileira, o mineiro Rubinho do Vale há anos desenvolve um trabalho paralelo para crianças. Cantor e compositor oriundo do Vale do Jequitinhonha, lançou em agosto seu oitavo disco infantil, sempre com a preocupação de levar diversão, conhecimento e cultura para as crianças de todo o país.
— Lancei meu primeiro LP na década de oitenta e em 1990 comecei a cantar para crianças também, continuando paralelamente com a música dita para adultos, mas, na verdade, o trabalho se mistura, porque muitos pais gostam mais dos discos infantis que faço do que os filhos —brinca Rubinho.
— Esse é o Inventa, um disco que propõe a brincadeira e tem o formato de um livro, de uma revista, com bela ilustração do cartunista João Batista Melado e Wagner Matias. As músicas são cirandas, batuques, rodas, brincadeiras com as palavras, com os números, um convite para a criança inventar, criar, deixar fluir a imaginação.
Rubinho usa em seus discos infantis o mesmo instrumental dos que faz para o público adulto.
— Procuro ter muito respeito com as crianças em tudo, principalmente no que falar nas mensagens. Também não trato os causos, o folclore exclusivamente do Vale ou daqui de Belo Horizonte, e sim elementos do Brasil inteiro.
— Canto brincadeiras, um pouco de roda, batuques, canções que componho da minha inspiração, brincando com letras, números, músicas às vezes engraçadas, alegres, que falam de amor, amizade, companheirismo, respeito ao próximo, valorização da escola, meio ambiente, manifestações, cultura popular etc. – continua.
— Não só no Vale do Jequitinhonha, mas em todo país e no mundo existe a modernidade com seus aparelhos tecnológicos, também a televisão com suas novelas, e tudo isso de certa forma destruiu um pouco a cultura local, a brincadeira, o folclore. Até mesmo no interior muitas crianças já têm acesso a internet e as brincadeiras são diferentes.
— Para Rubinho, por um lado a modernidade tecnológica traz muitas informações para a criança através da internet, mas por outro faz com que brinque sozinha com uma máquina.
— Esses joguinhos eletrônicos são bem diferentes de uma brincadeira de queimada, por exemplo, em que brincam várias crianças juntas. Porque brincar, dividir um espaço, batalhar para vencer e depois se abraçar, desenvolve muito o senso de companheirismo, coletividade, respeito, batalha, iniciativa — fala.