O velho Estado mexicano mobilizou mais de 40 mil militares e policiais federais em vários estados do sul do país na véspera das eleições parlamentares e locais. A farsa eleitoral deste ano se deu em meio a intensos protestos populares onde os manifestantes conclamaram o povo a boicotar e não comparecer às urnas.

Manifestantes queimam títulos eleitorais: "¡No votar!"
Na cidade de Oaxaca, o sindicato dos professores CNTE queimou 13 mil cédulas e urnas no Instituto Nacional Eleitoral (INE). Em várias aldeias e outras localidades ao redor da cidade aconteceu o mesmo. No dia 5 de junho, três mil militares ocuparam a região apoiados por helicópteros e drones.
No estado de Guerrero — onde, no ano passado, 43 estudantes foram sequestrados com a cumplicidade e participação do governo (ver matéria na página 14) —, familiares dos estudantes e professores também tomaram as ruas em protestos e rechaçaram a farsa eleitoral. No povoado de Tixtla, as eleições tiveram de ser canceladas e, no centro de Tlapa, manifestantes ocuparam um escritório do INE, tomaram 116 mil cédulas eleitorais e as incendiaram.
Na cidade de Xalapa, trinta manifestantes mascarados lançaram coquetéis molotov na sede do INE. Em Córdoba e Orizaba, escritórios eleitorais foram ocupadas por professores, e em Chilpancingo um veículo que transportava material eleitoral foi interceptado por manifestantes, que o incendiaram.