Referência em diversos instrumentos, Arismar do Espírito Santo é um veterano no meio musical. Compositor e multi-instrumentista, usa intuição, espontaneidade e amor pela música para trabalhar os mais variados gêneros com muita criatividade.
— A música para mim funciona desde cedo como uma alavanca na vida. Tinha rodas de choro em casa e em vários lugares daqui de São Paulo, que reunia a moçada do choro e samba. Eu, moleque, observava e aquilo me fascinava —recorda Arismar, que nasceu em Santos, SP.
— Ficava correndo atrás de ensaio e, quando encontrava, parava para perguntar como fazia para participar. E tem uma coisa importante quando se fala em música: a pessoa tem que viver fazendo, não pode parar —diz.
— Consumo música como se fosse comida, uma porção diária para me alimentar. Compor, executar, tudo isso causa um reboliço no cerebelo, uma coisa que faz bem.
Grande parte de sua família é de músicos. A mãe foi cantora de rádio, o irmão, Paulo Roberto, é compositor e arranjador, o filho, Thiago Espírito Santo, é contrabaixista, e a filha, Bia Goes, é cantora. São 42 anos de carreira, vários discos e inúmeras participações.
— A maioria do meu trabalho é instrumental, gravei apenas algumas coisas com letras. Acho linda a música cantada, mas o instrumental é o que mais me move. Não sou um cantor, sou mesmo um músico — define.
— Comecei minha carreira em bares, toquei de carteira assinada e tudo no Baiúca, um bar de São Paulo conhecido pelo bom som. Muitos músicos frequentavam. Lotava, um negócio maravilhoso —lembra.
—Fui baterista lá, saí e depois voltei como baixista. Fiz vários bailes de gafieira também. Toquei trompete banda e fanfarra. Inclusive, meu primeiro cachê foi tocando trompete em banda de colégio.
As bandas e fanfarras são compostas por músicos e componentes coreográficos. Se apresentam em ruas, ginásios etc. Costumam seguir estilos regionais, de acordo a cultura local.
—As bandas em geral, tanto fanfarras quanto as tradicionais de cidade do interior, são escolas importantes para músicos, assim como os bailes. Me serviram muito para aperfeiçoar a música e o instrumento.
— Na verdade, não tenho um instrumento favorito. Toco todos da mesma forma, sou músico e toco aquele que a música pedir. Gosto de todos, vejo beleza em todos —diz o artista, que, entre outros, toca bateria, baixo, piano, guitarra, trompete e violão 7 cordas.