RO: assassinatos brutais e camponês desaparecido
Na noite do dia 22/11, Terezinha Nunes Maciano e Anderson Mateus André dos Santos foram assassinados em casa, na Área Élcio Machado, em Monte Negro, Rondônia. Eles eram conhecidos ativistas da luta pela terra na região e, segundo vizinhos, 3 homens chegaram em uma moto, invadiram a casa e fizeram vários disparos de armas de fogo. Terezinha teve sua cabeça completamente desfigurada por golpes de machado e Anderson foi baleado várias vezes. Seu corpo ficou marcado por golpes de foice.
Terezinha tinha uma audiência marcada para o dia 23, em Ariquemes, e já vinha sofrendo ameaças.
A área em que os camponeses foram assassinados está situada no Vale do Jamari, região em que tem-se acentuado os conflitos agrários no estado e onde, segundo noticiamos na edição nº 161 de AND, conformou-se uma associação de latifundiários e seus bandos de pistoleiros com o objetivo de eliminar dirigentes e ativistas do movimento camponês.
PA: latifúndio promove matança em Anapu
A Comissão Pastoral da Terra (CPT), em nota pública, denuncia as perseguições, agressões, ameaças e assassinatos de camponeses perpetrados por latifundiários em uma área chamada Bacajá, no município de Anapu (PA) — mesma área em que, no ano de 2005, Dorothy Stang foi assassinada. De julho a novembro já foram registrados 7 assassinatos envolvendo a luta pela terra, sendo que 6 destes homicídios ocorreram em um conflito em uma área designada Lote 83, do qual um dos supostos donos é Regivaldo Pereira Galvão, conhecido localmente como “Taradão”, condenado como um dos mandantes da morte de Dorothy Stang, em fevereiro de 2005. A nota ainda ressalta que a violência provém dos latifundiários que ocupam áreas públicas que deveriam ter sido destinadas para fins de “reforma agrária”.
RO: crimes em série do latifúndio
No dia 4/11, cerca de 25 camponeses que haviam tomado a fazenda Santo Antônio, no município de Ariquemes, foram atacados por 8 pistoleiros fortemente armados e encapuzados. Os camponeses foram agredidos com paus, facões e armas de fogo e tiveram seus carros e motos destruídos. Sob torturas, os camponeses foram obrigados a beijar as armas dos pistoleiros. Vários acampados ficaram feridos, um deles quebrou duas costelas. Os pistoleiros também invadiram casas vizinhas, roubaram e ameaçaram camponeses de morte.
Está desaparecido, desde o dia 11/11, o camponês Valdecy Padilha, morador da Área 10 de Maio, no município de Buritis. Seu lote faz divisa com a fazenda de um latifundiário que também tem um comércio na cidade e que, segundo denunciam os camponeses, está tentando grilar as suas terras. Após o desaparecimento de Valdecy, vizinhos ouviram muitos tiros vindos da direção desta fazenda vizinha e por isso temem que ele tenha sido assassinado. Em setembro, ele e sua família foram atacados no lote por pistoleiros.
No dia 12/11, quase 30 camponeses, inclusive mulheres e crianças, do Acampamento Luiz Carlos, no município de Monte Negro, foram despejados pela PM e pelo Grupamento de Operações Especiais (GOE). O ex-prefeito Jair Mioto, que se diz dono da área, esteve presente e ameaçou matar quem ficasse nas terras. Comenta-se na região que ele seria responsável por vários homicídios, inclusive o de Luiz Carlos, desaparecido em dezembro de 2014.
A PM marcou para o dia 30/11 o despejo de cerca de 60 famílias do Acampamento Rancho Alegre 2, no município de Pimenta Bueno, em favor do policial reformado Genival Azevedo Cavalcante. O mais absurdo é que o título desta área já foi cancelado para fins de “reforma agrária”, segundo o Incra.