Nascido e criado no Jacarezinho, comunidade do Rio de Janeiro, Leandro de Jesus Santos, o Leandro Partideiro, é neto e sobrinho de fundadores da escola de samba local. Aos 36 anos de idade, Leandro é figura conhecida nas muitas rodas de samba que acontecem na cidade e trabalha para levar o partido alto até pessoas que não sabem direito o que é essa modalidade do samba.
— Fui criado no universo da escola Unidos do Jacarezinho, que está completando 50 anos em 2016. Apesar de não ser do grupo especial no desfile da Marquês de Sapucaí, é bastante respeitada no mundo do samba, do samba enredo, e tem como madrinha a Mangueira — conta Leandro.
— O Jacarezinho é próximo da Mangueira, então sempre teve uma ligação entre essas duas escolas. A Unidos do Jacarezinho foi fundada em 1966 e seu primeiro samba, da fundação, foi um do Monarco. Ele, inclusive, morou um tempo no Jacarezinho e sua esposa é daqui.
— Praticamente toda minha família é envolvida com a escola. Além do meu avô, o seu Nené, que já faleceu, tenho um tio com mais de oitenta anos de idade que permanece em atividade. Me emociono quando falo do Jacarezinho, da escola de samba, porque é a história da minha família e minha própria história — declara.
Foi através da Unidos do Jacarezinho que Leandro começou sua carreira de sambista.
— Meu pai toca tamborim e participa da ala dos tamborins da escola, e nesse ambiente sempre vivi. Além dos sambas que escutava na quadra, no meu quintal sempre estava tocando, toda festa que tinha lá começava e terminava com samba — recorda.
— Comecei saindo na ala das crianças, depois fui ritmista, e em 2008 participei da ala dos compositores. A partir daí ingressei nessa ala. Até então escrevia minhas músicas e ficava só entre a família, mas nesse ano de 2008 teve concurso de samba de quadra, com grandes nomes participando, e fui o campeão.
Logo após, em 2009, foi finalista, e em 2012 ganhou seu primeiro samba enredo na Unidos do Jacarezinho.
— Levei minha escola com o meu samba oficial para a Marquês de Sapucaí, e fomos campeões do grupo C. Em 2013 e 2014 também desfilamos com um samba meu. Com isso, comecei a ser conhecido em questão de música na minha região.
— Em 2009 já tinha tido um grupo de samba. Nos reuníamos toda sexta-feira na quadra do Jacarezinho para homenagear alguma personalidade do gênero. Ali pude conhecer grandes compositores e intérpretes de escolas de sambas. Porém, era ainda tudo muito local — continua.