DF: Brasília arde em chamas em protesto contra Temer
Na tarde de 24 de maio, mais de 100 mil pessoas se reuniram em Brasília para protestar contra as “reformas” previdenciária e trabalhista do gerenciamento Temer/PMDB e toda a sua quadrilha. Ante a fúria combativa das massas, o reacionário Temer decretou ação para garantia “da lei e da ordem”, autorizando intervenção das Forças Armadas no Distrito Federal no mesmo dia.
Liga Operária ergue faixa pela Greve Geral e contra o gerenciamento Temer
Apesar da tentativa das centrais sindicais pelegas de transformar o protesto em palanque eleitoral e de controlar as massas, propagandeando os seus discursos de conciliação com o velho Estado, os manifestantes romperam o bloqueio feito pelas forças policiais e se dirigiram ao Congresso Nacional, que foi cercado com grades, além da presença de um grande cordão policial.
O confronto entre manifestantes e policiais se espalhou pela Esplanada dos Ministérios. Os policiais tentaram dispersar os manifestantes com o lançamento de bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, além de efetuarem disparos com armas de fogo e de bala de borracha. O povo reagiu com paus, pedras e coquetéis molotov.
A fúria popular resultou na destruição dos ministérios da Agricultura e da Fazenda, com os manifestantes ateando fogo em salas desses edifícios. As fachadas e vidros dos ministérios do Turismo, Cultura, Planejamento, Meio Ambiente e Minas e Energia também foram destruídas pela justa revolta das massas contra as medidas antipovo de Temer e Meirelles.
Pontos de ônibus foram quebrados, barricadas foram erguidas, objetos incendiados e muros foram pichados com frases de protesto. Um manifestante foi ferido por arma de fogo e outro manifestante teve um olho perfurado por bala de borracha. Pelo menos sete pessoas foram detidas e 49 feridas.
RJ: Revolta popular contra Temer e Pezão
Em 24 de maio, os deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovaram mais um crime contra o povo, o projeto de lei que aumenta a contribuição previdenciária dos servidores fluminenses. Com mais esta criminosa medida a alíquota passa de 11% para 14%. O aumento entrará em vigor em três meses, em respeito ao prazo mínimo constitucional.
Milhares vão às ruas contra Temer no Rio de Janeiro, 18/05
Do lado de fora da Alerj, milhares de pessoas se concentraram em protesto contra o covarde ataque aos servidores. Quando a votação terminou, a Polícia Militar e a Força Nacional de Segurança iniciaram os ataques aos trabalhadores com muitas bombas de efeito moral e balas de borracha. Antes mesmo deste confronto, a polícia já havia lançado bombas contra manifestantes na parte lateral da Alerj.
O confronto tomou grandes proporções e se espalhou pelas ruas próximas, onde a Juventude Combatente ergueu barricadas e sustentou longo tempo de enfrentamento com os cães de guarda da repressão. Após a dispersão, policiais em cima de viaturas e em motocicletas começaram a perseguir manifestantes pelas ruas do Centro. Alguns jovens chegaram a ser presos.
Seis dias antes, em 18 de maio, inúmeras manifestações espontâneas ocorreram por todo o país depois que foi divulgada a denúncia de que o gerente federal Michel Temer/PMDB autorizou a compra do silêncio de Eduardo Cunha. A reportagem de AND acompanhou a manifestação no Rio de Janeiro onde milhares de pessoas se reuniram no Centro. O ato foi marcado por um intenso confronto em que a Juventude Combatente, com paus, pedras e fogos de artifício, confrontou a Polícia Militar e ergueu várias barricadas em chamas pelas ruas da região central da cidade.
SP e PR: Manifestações antifascistas
No dia 13 de maio, manifestantes se concentraram na Praça da Sé, Centro de São Paulo, para uma Marcha Antifascista que relembrou, no terceiro ano consecutivo, o histórico episódio que ficou conhecido como a “Revoada dos Galinhas Verdes”, quando, em 7 de outubro de 1934, na mesma Praça da Sé, comunistas, anarquistas e ativistas democráticos travaram um confronto armado contra os fascistas integralistas, ou “galinhas verdes”, que fugiram em debandada diante da ação popular.
Juventude combatente nas ruas de São Paulo
A manifestação desse ano contou com a presença massiva da Juventude Combatente e dos trabalhadores, que denunciaram os crimes do velho Estado em sua escalada fascista de repressão contra o povo. Em vários momentos foram entoadas palavras de ordem afirmando que o Brasil precisa de uma Grande Revolução e contra o oportunismo da “esquerda” eleitoreira. No trajeto da manifestação, a PM atacou com gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral e balas de borracha.
No mesmo dia, apesar do público menor do que o esperado, uma vigorosa Marcha Antifascista reuniu cerca de 200 pessoas em Curitiba, Paraná. O principal foco da Marcha foi a revolta popular contra a crise política e econômica, assim como pautas contra a criminalização dos movimentos populares, pela liberdade de Rafael Braga, pelo fim da violência contra a comunidade LGBT e a violência contra as mulheres.
Barricadas pelo país
Em meio à crise em que o Brasil se encontra, durante o mês de maio continuaram os protestos populares radicalizados por todo país.
No dia 16 de maio, moradores bloquearam a Rodovia Marechal Rondon, em Itu, interior de São Paulo, exigindo a construção de uma passarela para os bairros Potiguara e Chácaras Reunidos do Ipê.
Em 19 de maio, famílias que tiveram suas residências desapropriadas no Vale do Reginaldo, na Avenida Geraldo Melo, em Maceió, Alagoas, ergueram uma barricada de pneus e objetos em chamas em protesto contra o atraso do aluguel social.
No dia 22 de maio, moradores do povoado Soinho, Zona Rural de Teresina, Piauí, colocaram fogo na rua e bloquearam a via que dá acesso às localidades Tapuia, Cacimba Velha e ao município de José de Freitas em protesto contra a frequente falta de luz na região.
No mesmo dia, moradores do bairro Flamboyant, na Zona Leste de Porto Velho, Rondônia, bloquearam o portão de entrada da Secretaria Municipal de Obras em protesto contra as péssimas condições em que o bairro se encontra.