Contenda entre revolução e contrarrevolução
Alejandro Alvarez/Reuters
Fascista atropela marcha e assassina mulher na Virgínia
Grupos fascistas, supremacistas brancos e neonazistas realizam uma marcha ostentando fuzis e metralhadoras na cidade de Charlottesville, no estado de Virgínia, no dia 12/08.
Os fascistas reivindicavam a manutenção da estátua do general confederado Robert Lee, localizada em um parque da cidade, contrariando a decisão do parlamento local de retirá-la.
As consignas da marcha reacionária foram focalizadas em ataques contra negros, latinos, muçulmanos e comunistas.
Em resposta a esta repulsiva provocação, uma marcha antifascista foi convocada para o mesmo dia (12/08). Foram registrados confrontos. Um fascista lançou criminosamente seu carro contra os ativistas, atropelando dezenas de pessoas e matando uma manifestante identificada como Heather Heyer, de 32 anos.
Outros 19 ativistas ficaram feridos, e dois policiais morreram após a queda ainda não esclarecida de um helicóptero que acompanhava a situação.
Robert Lee foi um notório líder militar reacionário que, ao lado dos confederados, lutou na guerra civil estadunidense pela manutenção do regime escravocrata e contra a conclusão da revolução democrático-burguesa. Hoje é reivindicado e exaltado por grupos de extrema-direita.
Segundo fontes oficiais da própria polícia ianque, há um crescimento da atuação de grupos fascistas no USA. De 2015 a 2017, o número de grupos anti-islâmicos atuantes subiu 197% e mais de 315 incidentes contra imigrantes foram constatados desde o triunfo eleitoral de Trump, em 2016.
Ainda de acordo com estes dados, no ano de 1999, existiam 457 grupos fascistas por todo o país, enquanto que hoje constatam-se pelo menos 917 grupos com esta orientação ideológica reacionária, em sua maioria concentrados no sul do USA. Dentre eles, a Ku Klux Klan é o mais antigo, atuando desde 1865 e com mais de 130 células ativas atualmente.
Reação se assanha
As mobilizações fascistas expõem a situação que se desenvolve no USA de maior agudização da contradição burguesia-proletariado.
A maior ação militante do proletariado estadunidense, principalmente seus setores mais fundos compostos por negros e imigrantes (latinos e árabes) contra a exploração e a opressão do Estado imperialista ianque, proporcionou uma escalada na contenda entre revolução e contrarrevolução.
Vale destacar como exemplo de resistência do proletariado as ações militares dos jovens negros Micah Johnson e Gavin Eugene Long contra assassinatos de negros pela polícia, em julho do ano passado, em Dallas e Baton Rouge, noticiado em AND 173 e 174, respectivamente.
Atolado em uma profunda crise política, econômica e moral, e fustigado pela crescente luta das nações oprimidas e do proletariado contra sua dominação, o imperialismo necessita alimentar mais chauvinismo e ódio ao povo.
Cabe ressaltar que a massificação do discurso de “guerra contra o terror”, amplamente divulgado pelos monopólios de imprensa e usado como justificativa tanto por Obama como por Trump para o incremento das guerras de agressão imperialista ianques contra as nações do Oriente Médio, cumpre papel chave de despertar o chauvinismo que endossa o caldo de cultura reacionário do fascismo.
A reação mobiliza massas, principalmente a pequena-burguesia, sob a assombrosa bandeira de “nacionalismo branco”, alimentando inclusive grupos fascistas como Ku Klux Klan e neonazistas contra as massas pobres e com aguçado discurso anticomunista, dividindo o povo entre brancos e negros, para usá-los contra a situação revolucionária que se desenvolve.