Trabalhadores realizaram uma agitação política denunciando os pacotaços antipovo do gerenciamento Temer/PMDB e contra a milicada defensora do golpe militar-fascista. Na tarde de 6 de outubro, operários associados ao Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Belo Horizonte e Região (o Marreta), com apoio de ativistas de outras organizações populares, ocuparam a Praça Sete, no centro de Belo Horizonte, onde distribuíram o Manifesto lançado pelo Marreta com o título Fora Temer e sua quadrilha! Abaixo a milicada golpista e lambe-botas do USA!
Eduardo Magrão/AND
Trabalhadores e estudantes promovem vigorosa manifestação no Centro de Belo Horizonte
Com bandeiras, faixas e um carro de som, os ativistas receberam o apoio da população que passava pelo local e ouvia atenta às palavras de ordem em repúdio ao “podre e desmoralizado governo Temer e quadrilha” e ao “berreiro da milicada golpista por intervenção militar”. O Comitê de Apoio ao A Nova Democracia marcou presença e fez a divulgação do jornal para os trabalhadores.
Num determinado momento, um grupelho de “galinhas verdes” e apoiadores do Bolsonaro apareceu para provocar os ativistas populares, mas foram rechaçados e saíram correndo.
O manifesto expressou veemente repúdio ao governo Temer e às recentes declarações do general Hamilton Mourão. O manifesto também critica a posição do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, acerca da defesa de “segurança jurídica” para as tropas empregadas em invasões nas favelas e a jurisdição exclusiva do judiciário militar aos crimes cometidos por militares nessas operações. A “milicada golpista e torturadora” é denunciada como guardiã da corrupção das classes dominantes; guardiã da exploração, injustiças e opressão e também serviçal guardiã do assalto às riquezas da nação e da espoliação do Brasil pelos Estados Unidos e seus comparsas.
A resistência contra o arrocho salarial durante o regime militar-fascista é destacada pelo Sindicato, especialmente a grande greve dos operários da construção de BH, em 1979, na qual se forjou o Marreta e quando o operário Orocílio Martins Gonçalves, herói da classe operária, foi assassinado pelas forças de repressão. “Os operários da construção não esquecem os crimes de torturas, assassinatos e ‘desaparecimentos’ perpetrados pelo regime militar e nem a repressão a justa luta dos camponeses pela terra, as intervenções em sindicatos, o assassinato de operários da CSN em Volta Redonda, entre outros crimes”, ressalta o Marreta.
Com conhecimento de causa, denunciam as grandes empreiteiras - Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez, Camargo Correia, Mendes Junior, entre outras - que foram “cevadas” durante o regime militar-fascista, gozando de relações privilegiadas para execução de obras faraônicas – como Transamazônica, Itaipu, Tucuruí, Angra, Ferrovia do Aço e Ponte Rio-Niterói – e consolidando no período o pagamento de propinas. Aponta também que “da cloaca do regime militar saiu a corja de políticos próceres da corrupção como Paulo Maluf, ACM, Delfim Neto, Abi-Ackel, Eliezer Batista, Simonsen, Andreazza, Sarney, Bob Fields etc. Saiu também da cloaca do regime, especialmente das tramas do general Golbery, a estratégia de transição gradual, reformulação partidária, projeção e impulsionamento da carreira do pelego-mor Lula”.
Questionando as articulações da milicada golpista e lambe-botas do Estados Unidos, o manifesto expõe: “que ‘reserva moral’ possuem esses degenerados que são a medula do genocida e corrupto Estado burguês-latifundiário, serviçal do imperialismo?”.
Ao final do documento, o Marreta conclama “ao justo protesto popular e a luta pelos direitos trabalhistas, direitos previdenciários, empregos decentes, o direito à terra, o direito à moradia, à saúde e educação, bem como o direito de organização e manifestação. Conclamamos a organização e deflagração da Greve Geral por tempo indeterminado por nossos direitos e contra esse sistema de superexploração e opressão”.