Criado pelo pianista Fernando Leitzke, o Candombaile é um evento dançante que traz para a cena musical carioca o candombe, o bolero, a música cubana e de outros países latino-americanos, misturado a música brasileira, principalmente o choro. Natural de Pelotas, Rio Grande do Sul, Fernando vive no Rio de Janeiro com o objetivo de estudar melhor os ritmos brasileiros, e relembra o repertório dos antigos candombailes uruguaios, e outros ritmos que marcaram sua infância.
— O projeto candombaile nasceu a partir da gravação de uma música do meu primeiro disco: um candombe chamado “Sargento borracho”, que teve a participação dos integrantes do candombaile. E eu já tinha o desejo de fazer um baile com músicas que não fossem tão conhecidas do público em geral do Rio de Janeiro, como candombes uruguaios e boleros antigos – conta Fernando.
— O nosso objetivo é justamente mostrar que a música atravessa essas fronteiras latinas, que nós estamos muito conectados. O uruguaio Fabricio Reis, que é percussionista, sugeriu o nome para o projeto – continua.
O candombe é uma dança típica sul-americana e tem uma importância muito grande na cultura do Uruguai. É um ritmo musical baseado nos tambores, atabaques, proveniente da África, que surgiu na América do Sul a partir da chegada dos escravos africanos. Inclusive no passado o termo candombe era usado para designar a dança que os escravos faziam, e não um ritmo.
O Candombaile que inspirou Fernando surgiu na cidade de Montevidéu, capital uruguaia, tendo como um dos pioneiros o músico Pedro Ferreira, na década de 1940. E para acompanhá-lo nessa ideia de relembrar e homenagear os antigos candombailes uruguaios, dando prioridade à qualidade musical, Fernando chamou: o clarinetista e saxofonista Rui Alvim, o contra-baixista Guto Wirtti, o trompetista Wander Nascimento, o flautista e saxofonista Eduardo Neves, o baterista Marcus Thadeu e o percussionista Fabricio Reis.
E vários outros artistas já passaram pelo baile como convidados, entre eles: Carlos Prazeres, Bebe Kramer, Nina Wirtti, Luciano Maia, Nat Cohen, Gabriel Grossi, Helio Delmiro, Pedro Miranda, Marcelo Müller e Alba Canovas.
— Temos sido muito bem recebidos pelo público: fizemos uma temporada longa no restaurante Sobrenatural, em Santa Teresa, e depois passamos pelo clube Fluminense e pelo bar Trapiche Gamboa, tudo no Rio de Janeiro. Somos itinerantes, a ideia agora para o mês de janeiro é começar a fazer o Candombaile em Paquetá – anuncia.
— Além de pianista profissional desde os 18 anos de idade, sou também compositor, inclusive no meu primeiro disco gravei cinco músicas de minha autoria, e sempre sigo compondo, agora em especial para o candombaile. Acho que meu gênero favorito é o bolero, mas gosto de compor sobre o que sinto, tenho um fado, um tango, e uns sambas-canção – expõe.