Cerca de 70 organizações das mais distintas localidades exigem justiça para o assassinato de Macarena Valdés, no Chile. Os democratas protestam e assinam uma carta exigindo que o Ministério Público (MP) assuma a investigação desse caso de homicídio, resultado do conflito territorial com a transnacional RP Global, que ocorreu na comuna de Panguipulli, na região de Tranguil.
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Manifestantes chilenos exigem justiça pelo assassinato de Macarena Valdés
Macarena, que tinha 32 anos, foi assassinada em 22 de agosto de 2016. Ela era defensora intransigente dos direitos mapuche, do sagrado direito à terra e dirigia uma luta contra um projeto do monopólio transnacional RP Global na mesma região em que foi assassinada. Segundo a comunidade local, tal projeto visa construir uma hidrelétrica e ameaça a biodiversidade, trazendo impactos negativos.
De acordo com a versão divulgada pelo Serviço Médico Legal sobre a morte de Macarena, a ativista teria suicidado-se por meio de enforcamento. Entretanto, em entrevista concedida para a Rádio Universidad do Chile, o médico forense responsável pela autópsia de Macarena, Luis Ravanal, desconsidera a primeira hipótese de sua morte. Ele disse que não havia ferimento em uma importante região do pescoço, onde seria decorrente do suposto auto-enforcamento.
Dada essa declaração, as organizações populares e a comunidade mapuche acreditam que a morte de Macarena foi efetuada por pistoleiros contratados pela RP Global Chile Energías Renovables.
A própria comunidade onde Macarena vivia denunciou que ela vinha sofrendo ameaças de morte efetuadas por capangas a serviço da RP Global. Além disso, os mapuche denunciam que tal hidrelétrica possui histórico de transgredir os seus direitos e o seu território original, que é de grande importância cultural, impondo uma série de instalações e restringindo a autonomia das massas mapuche sobre a terra.