Manifestação contra despejo no Tekoha Jeroky Guasu, em 2017. Foto: Rafael de Abreu
Os guarani e kaiowá dos tekohas Guapoy e Jeroky Guasu realizaram uma intensa mobilização contra a tentativa de despejo das Polícias Federal e Militar. No dia 9 de abril, frente ao anúncio dos indígenas de que resistiriam a reintegração de posse, foi suspenso por decisão emergencial do Supremo Tribunal Federal (STF).
A decisão do STF ocorreu horas antes do cumprimento dos mandados de reintegração de posse contra os guarani e kaiowá. Cerca de 200 homens do Exército, das Polícias Federal e Militar, em cerca de cinquenta viaturas e dois helicópteros já estavam a 20 quilômetros dos latifúndios ocupados.
“A comunidade não vai abrir mão de nenhum pedaço desse território. Medo a comunidade não tem. Depois da perda dos nossos parentes e os outros sete que derramaram seu sangue no massacre, a comunidade tá bem preparada para enfrentar o que for. Ela não vai abrir mão [da Terra Indígena] de Dourados Amambaipeguá I, está pronta para o que for.”, frisou Kunumi Apyka’i Rory em entrevista ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
O mandado de reintegração de posse contra as famílias do tekoha Jeroky Guasu foi expedido em benefício do latifundiário José Odonel Vieira da Silva. Já o tekoha Guapoy é ameaçado por mandado favorável à empresa Penteado Participações e Investimentos, pretensa proprietária da fazenda Santa Maria.