A reitoria da Universidade de Brasília (UnB) esteve ocupada desde o dia 12 de abril por cerca de 500 alunos que protestavam contra a maior crise financeira que a universidade já enfrentou. Os estudantes denunciaram a PEC 55, que limita os gastos públicos na saúde e educação, como a razão pela queda no orçamento da instituição.
Banco de dados AND
Ocupação conta com intensa mobilização estudantil
O período de ocupação foi marcado por conflitos. No dia 26 de abril, um protesto no Ministério da Educação contou com viaturas, cavalaria e uma barreira de policiais militares. Os estudantes foram alvo de bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta, cassetetes e tiros com balas de borracha, e formaram uma linha para defesa com escudos feitos de tapumes. Quatro pessoas foram levadas para a 5ª Delegacia de Polícia sob a acusação de “desacato, incitação e desobediência”, e uma ficou ferida.
Este não foi o primeiro ataque contra os estudantes e servidores da UnB. No dia 10 do mesmo mês, a polícia também havia usado da violência para reprimi-los durante outro ato também em frente ao MEC. Manifestantes foram agredidos, policiais militares usaram spray de pimenta, uma vidraça do Ministério foi estilhaçada e as seis faixas do Eixo Monumental, sentido rodoviária, foram fechadas pelos estudantes.
Entre as exigências dos alunos estavam o acesso dos universitários ao orçamento da instituição. Os participantes da ocupação também denunciam as medidas apresentadas para conter o déficit financeiro da universidade – da ordem de R$ 93 milhões –, como as demissões de estagiários e terceirizados.
A reitoria só começou a ser desocupada na manhã do dia 30 de abril, 18 dias após ser ocupada pelos estudantes.