O jovem trabalhador Diego Augusto Ferreira, de 25 anos, foi executado pelo Exército por furar uma blitz, a um quilômetro de sua casa, no bairro de Magalhães Bastos, zona oeste do Rio, no dia 12 de maio (véspera do Dia das mães). Ao passar por uma barreira montada por militares, o jovem – que tinha problemas de audição, estava sem capacete e sem habilitação – não parou e foi executado por um tiro de fuzil, no pescoço. Ele morreu rapidamente, no local. Ao culminar o crime, os próprios militares adulteraram a cena do crime, que não será investigado como crime comum.

Diego Augusto Ferreira, 25 anos,
executado por militares
O rapaz trabalhava como camelô na Uruguaiana – área comercial popular no Centro da cidade – e morava com os avós. Ele havia saído de casa com uma moto emprestada de um vizinho para comprar óleo para o carro do avô. Segundo parentes, ele tinha problema auditivo e isso teria o levado a não ouvir a ordem dos militares.
— Eu te pergunto: qual a necessidade de dar um tiro no pescoço e não na moto? Diego era um rapaz trabalhador, vendia bolsas na Uruguaiana. Aquele menino não escutava direito, a moto ainda era barulhenta, ainda tem o barulho de trânsito do lugar. Mas preferiram atirar e mataram meu neto — denunciou a avó do rapaz, a aposentada Vera Lúcia Marcelino, de 67 anos. E prossegue: — Passei muito mal quando vieram avisando que ele estava caído no chão lá. Entrei em pânico. Não tive nem coragem de chegar perto. Está todo mundo revoltado aqui.
Horas depois, moradores realizaram um protesto na região. Um ônibus foi incendiado em repúdio à execução – a primeira diretamente executada pelas Forças Armadas.