A estudante Fernanda Dantas Carneiro, de 20 anos, do povo Pataxó, foi presa no dia 4 de agosto por policiais militares (PMs) no Centro da cidade de Amargosa, centro-sul da Bahia, acusada de injúria racial e desacato. A jovem foi abordada pelos PMs enquanto cantava um trecho de uma música do rapper baiano Vandal. Até o fechamento da presente edição ela se encontrava presa.
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Fernanda Dantas foi abordada, censurada e presa ilegalmente por equipe da PM
Segundo a nota do Coletivo de Estudantes Indígenas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFBR), agentes do Pelotão de Emprego Tático Operacional (PETO) da PM desceram de uma viatura e realizaram enquadramentos em estudantes que se encontravam na Praça da Feira. Fernanda Carneiro foi abordada de forma truculenta pelos policiais enquanto cantava um rap intitulado Bala e fogo. Eles a prenderam sob as acusações de ter praticado um ato racista contra um dos policiais e de que teria resistido à prisão.
Ainda de acordo com a nota, o caso de Fernanda Pataxó – estudante de Educação Física na UFRB que atua nos movimentos indígenas e negro – não é um fato isolado. Outros estudantes indígenas e negros desta instituição relataram abordagens truculentas e criminalizadoras de PMs.
“Eu sou Fernanda, indígena do povo Pataxó da Bahia, preta e militante dos direitos dos povos indígenas e negros. Eu, filha nativa desse território, vítima de 518 anos de colonização, sei sim, o que é injúria racial. Minha honra, minha pele, minha crença e etnia é constantemente negada por esse sistema opressor. Eu sei o que é ser vítima de racismo! Não sou racista, estou sendo mais uma vítima do racismo!”, diz trecho da campanha pela liberdade da estudante.