Pelo menos 15 aldeões foram executados arbitrariamente pela Guarda da Reserva Distrital e pela Força Tarefa Especial durante uma autodenominada “operação de repressão ao maoísmo”, numa região localizada há dois quilômetros da aldeia de Nulkatong, em Chhattisgarh. Embora a chacina tenha ocorrido no começo de agosto, a notícia só foi veiculada no dia 25 do mesmo mês.
Cerca de 30 pessoas, entre idosos e crianças, estavam escondidas no Kheta (abrigo improvisado erguido durante a estação agrícola) para escapar da repressão policial, quando as forças do velho Estado indiano abriram fogo, no início da manhã. Das 30 pessoas, 26 eram homens e quatro mulheres. Segundo relatos, dos 15 mortos, quatro eram adolescentes entre 14 a 15 anos. Uma mulher teve seu quadril deslocado, adentrando o hospital de Sukma, há 20 quilômetros de Nulkatong. Familiares informaram que nenhum dos agredidos possuía vínculo com organizações maoistas.
A polícia alegou que todos os envolvidos prestavam serviço para grupos maoistas, como as milícias de Janeiro (Jan) e milícias do Povo. Entre os mortos estão pessoas oriundas das regiões de Nulkatong, Gompad, Etegatta Belpojja e Kindelprad.
Uma testemunha identificada como Sodi Sukdi relata a truculência e barbaridade no tratamento contra as massas da aldeia. “Quando as forças policiais chegaram perto da aldeia começaram a espancar as mulheres. Eles se recusaram a entregar os corpos e nem sequer permitiram que as mulheres vissem quem havia sido morto. Os corpos foram carregados em um trator e as mulheres foram chamadas para recolhê-los na delegacia de polícia de Konta, que fica cerca de 30 quilômetros de distância.”, disse.
Após a chacina, a polícia divulgou fotos dos corpos embrulhados em plástico preto, alegando serem todos maoístas, o que os familiares negam. Em uma das fotos aparece o adolescente Muchaki Muka com uma blusa camuflada. Segundo familiares, o jovem havia saído de casa com uma camisa de algodão xadrez e não com a roupa que estava.
O superintendente da polícia de Sukma, Abhishek Meena relata que na operação houve disparos de ambos os lados, entretanto, não houve feridos entre os policiais nem equipamentos seus alvejados. Familiares dos camponeses destacam que o grupo não portava armas.