O judiciário do velho Estado egípcio condenou 75 manifestantes à pena de morte no dia 8 de setembro, por participarem da jornada de lutas que sacudiu o país em 2013. Essa sentença foi acompanhada de uma outra, que condenou mais 600 pessoas à prisão de cinco a 15 anos.
Os manifestantes foram acusados de “envolvimento em um protesto” que acabou com a morte de oito policiais. O que o tribunal omite é que, no mesmo dia, cerca de 800 manifestantes foram mortos. Aproximadamente 700 pessoas já foram julgadas até o momento pelo judiciário reacionário por participação nos protestos.
Crise profunda
Os protestos iniciados em 2011 contra a pauperização geral das massas populares desembocaram com a renúncia de Hosni Mubarak, serviçal do imperialismo, principalmente ianque. A partir daí, o velho Estado e as classes dominantes não alcançaram um dia sequer de estabilidade: o gerente de turno Mohammed Mursi, que assumiu em 2012 após a renúncia do antecessor, foi deposto pelas Forças Armadas em um golpe de Estado (com apoio do imperialismo ianque por meio de seus lacaios sauditas e israelenses).
A partir de 2011, o país afunda em um amplo conflito entre grupos de poder das classes dominantes que arrastaram as massas em luta, dada a carência de uma direção revolucionária. Nesse período, mais de 21 mil pessoas foram presas por motivações políticas e a pena de morte para “crimes” políticos passou a ser aplicada em ampla escala.