A comunidade do povo Tremembé do Engenho, localizada no município de São José de Ribamar, no estado do Maranhão, sofreu processo de reintegração de posse no dia 19 de dezembro, segundo denunciou a nota do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) do Maranhão.
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Tremembé coloca-se na frente de trator durante reintegração de posse, 19/12/18
A ação levada adiante pelo ex-deputado Alberto Franco contou com grande aparato policial: 150 soldados das polícias militares, Tropa de Choque, polícias rodoviárias federal e estadual e “até a guarda municipal de São José de Ribamar”, segundo o Cimi. Tratores foram usados para derrubar as casas, plantações e o sistema de irrigação da comunidade indígena. A comunidade tinha, no dia anterior (18/12) recebido visita da Fundação Nacional do Índio (Funai) para começar o processo de demarcação de terras.
O Cimi relata a truculência da ação. “O povo foi atingido por bombas de gás lacrimogêneo enquanto tentava retirar a sua estrutura de irrigação, recém adquirida.”. Os indígenas relatam que agora, com todas as suas formas de sustento e pertences destruídos, não terão como pagar a dívida que fizeram com o Programa Nacional de Fortalecimento para a Agricultura Familiar – Banco do Nordeste (Pronaf) para financiar a construção do sistema de irrigação.
Apesar das bombas de gás lacrimogênio lançadas e da destruição total da comunidade pelos tratores da polícia, a Secretária de Direitos Humanos e Participação Social do estado do Maranhão, gerenciado pelo revisionismo de Flávio Dino (Pecedobê), publicou nota saudando a reintegração “pacífica”, feita no dia 19. Enquanto isso os Tremembé declararam que a operação policial e seus tratores “destruíram nossas plantações, mas não nos destruíram”.