No último mês, os maoistas indianos realizaram uma intensa campanha de boicote às eleições no país, que foram realizadas em sete fases, de 11 de abril até 19 de maio. O monopólio internacional da imprensa anuncia que estas são as maiores eleições do mundo e tiveram a participação de 900 milhões de pessoas. Porém, as organizações populares e revolucionárias da Índia mobilizaram as massas energicamente para rechaçar esta farsa eleitoral que sufragará os próximos parlamentares do velho Estado burguês-latifundiário. Para se ter uma ideia, a campanha de boicote à farsa eleitoral tem sido tão exitosa que, ainda no dia 11 de abril, 40% do eleitorado não compareceu às urnas.
Banco de dados AND
Guerrilheiros, dirigidos pelos maoistas, impediram as eleições em várias partes do país
Ações armadas
Como parte do boicote, o Partido Comunista da Índia (Maoista) realizou uma série de ações armadas contra forças policiais do velho Estado, além de sabotagens.
No dia 18 de abril, combatentes do Exército Guerrilheiro Popular de Libertação (EGPL) dirigidos pelo partido, emboscaram o veículo onde se encontrava uma policial a serviço da Comissão Eleitoral do setor Sanjukta Digal, no distrito de Kandhamal, em Orissa.
O carro em que se encontrava a oficial foi atingido por explosivos e ela foi morta a tiros quando saiu do veículo. Outros quatro funcionários civis da farsa eleitoral que estavam no veículo foram liberados ilesos pelos revolucionários.
No mesmo dia, também no distrito de Kandhamal, militantes do PCI (Maoista) atearam fogo numa motocicleta e em dois carros com material de campanha. Os funcionários da campanha novamente foram liberados.
Antes, no dia 9 de abril, o EGPL emboscou um comboio no distrito de Dantewada, estado de Chhattisgarh. O ataque, realizado com um dispositivo explosivo improvisado, aniquilou o membro da Assembléia Nacional pertencente ao Partido do Povo Indiano (BJP), Bheema Mandavi, e mais cinco policiais. Bheema Mandavi era um membro do mesmo partido do chefe do governo, Narendra Modi, e foi ministro no distrito de Dantewada.
No mesmo dia, vários cartazes foram pendurados na região de Dandakaranya, no distrito de Bastar, estado de Chhattisgarh. Neles, os maoistas declararam apoio aos separatistas da Caxemira e Jammu e convocaram boicote às eleições reacionárias. Outras ações armadas foram realizadas pelos comunistas, no contexto do boicote e sabotagem eleitorais.
No dia 10 de abril, um policial da reserva no distrito de Gadchiroli, em Maharashtra, foi ferido por um artefato explosivo instalado pelos revolucionários. O ataque ocorreu quando a unidade policial patrulhava uma estrada perto da aldeia de Gatta Jamiba.
Também em Gadchiroli, no dia 12, combatentes do EGPL, por meio de outro explosivo, feriram dois membros da Força Policial da Reserva Central (FPRC). No mesmo dia, três bases da Guarda Florestal foram atacadas com explosivos onde foram deixados panfletos pelo boicote às eleições.
No dia 13 de abril, um informante da polícia foi aniquilado a tiros na cidade de Gaya, estado de Bihar. Já no dia 15 de abril, os combatentes do EGPL aniquilaram um policial durante um combate no distrito de Giridih, em Jharkhand.
O EGPL, conforme destaca nas notas que emite em situações similares, ataca apenas os inimigos do povo que são os responsáveis diretos pelo terror e pela exploração das massas. Ao contrário do governo indiano, que comete massacres e genocídios para cumprir as metas dos imperialistas.
Grande boicote
Graças às ações maoistas e ao nível de politização crescente das massas, o processo eleitoral farsante que se move na Índia teve um grande número de abstenção ou mesmo teve o processo suspenso em algumas regiões.
O pleito foi suspenso em Bhamragarh, Sironcha, Aheri, Dhanora, Etapalli e outras partes do distrito, por conta da campanha promovida pelos maoistas. Na região conhecida como “Corredor Vermelho”, na qual o PCI (Maoista) tem sólidas bases de apoio, as eleições estão paralisadas.
No estado de Chhattisgarh, mais exatamente nos distritos de Bastar, Dantewada, Konta, Bijapur e Narayanpur foram deslocados cerca de 80 mil policiais e “autoridades” para tentar quebrar o boicote revolucionário. Foi relatado que 23 pessoas foram presas em vários incidentes nas seções de votação. Também há relatos de explosões em alguns colégios eleitorais no distrito de Gaya.
Ainda segundo o Hindustan Times, 12 funcionários do Departamento de Recursos Hídricos do estado de Odisha, que foram capturados pelo EGPL, em 11 de abril, em meio às ações de boicote ao circo eleitoral, foram liberados em perfeito estado físico e de saúde. Eles foram capturados quando unidades guerrilheiras interceptaram as lanchas que eles pilotavam, nas áreas de Jantri e Sindhiput, na grande represa de Balimela, no distrito de Malkangiri.