Nas últimas semanas, a principal cidade da Caxemira, Srinagar, vivenciou violentas revoltas populares contra a dominação e a brutalidade do velho Estado indiano que ocupa a região asiática localizada entre a Índia o Paquistão, território onde ocorre uma luta por autodeterminação. No dia 12 de outubro, confrontos eclodiram após dois homens identificados como combatentes da Resistência Nacional caxemire serem assassinados em um tiroteio com forças da ocupação.
Moradores de Srinagar, na Caxemira, se revoltam contra as forças da ocupação indiana - Mukhtar Khan/Associated Press
Durante a noite, a polícia e soldados paramilitares haviam lançado uma operação de contrainsurgência. Assim que o tiroteio se findou, os moradores se rebelaram, atirando pedras e objetos contra as forças de repressão e gritando palavras de ordem como Queremos liberdade! e Volte para a Índia!. Em retaliação à fúria popular, os soldados atacaram os manifestantes caxemires com disparos de armas de fogo e gás lacrimogêneo. Os moradores acusam os soldados do velho Estado indiano de terem incendiado uma casa de civis durante a ação de repressão.
Semanas antes, no dia 17 de setembro, centenas de caxemires de Srinagar já tinham confrontado as forças da ocupação no bairro de Batamaloo, depois que elas assassinaram três pessoas indicadas como combatentes da Resistência e uma jovem durante uma emboscada realizada no meio da madrugada.
A Caxemira é uma região de maioria muçulmana cujo território está dividido entre a Índia e o Paquistão. A parcela indiana enfrenta atualmente um recrudescimento da opressão exercida pelo velho Estado indiano desde agosto de 2019, quando este revogou a já relativa “autonomia” que a região possuía. Com o aprofundamento da condição colonial da Caxemira, a Índia tem acirrado a criminalização e repressão aos grupos que compõem o campo da Resistência Nacional, enquanto mergulha a região na censura à imprensa e bloqueia o seu acesso à internet.