O Ministério da Economia do governo vende-pátria de Bolsonaro e generais criou o “bolsa privatização” para altos diretores da Eletrobrás. O Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) denunciou em boletim, divulgado no dia 30 de março, que em um ano estes altos diretores bolsonaristas podem ganhar até 12 honorários, cujos valores chegariam a mais de meio milhão de reais no total por diretor.
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Privatização da Eletrobrás fará com que a energia elétrica fique ainda mais cara
A premiação chamada de “Indicador de Demandas da Capitalização” cumpre o papel de incentivar a que estes altos diretores da Eletrobrás acelerem o processo de venda da estatal. De acordo com a denúncia, Guedes, através da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), subordinada ao Ministério da Economia, colocou a proposta no documento “Proposta de Administração para a Assembleia Geral Ordinária da Eletrobrás”.
O tópico dedicado a absurda proposta prevê o pagamento de até 12 honorários no valor R$ 52.355,71 para o presidente da empresa e no valor de R$ 49.862,59 para os diretores, com uma parte paga em 2022 e a outra nos próximos anos. Somados, cada um dos 12 honorários totalizam R$ 628.268,52 e R$ 598.351,28, respectivamente. A assembleia será realizada no dia 22 de abril.
O artifício é mais uma manobra do governo militar genocida de Bolsonaro e generais com vista a cumprir o objetivo de vender o maior número possível de estatais, para entregar o País de vez, nas mãos do capital financeiro imperialista e destituir a Nação de suas riquezas e autossuficiência.
Eletricitários em luta
Contra o avanço das privatizações, a luta dos trabalhadores vêm impedindo que os anseios de entreguistas culminem. No caso da Eletrobrás, por exemplo, os trabalhadores deflagraram uma grande greve nacional em janeiro. Cerca de 80% dos funcionários da estatal aderiram à greve em todo Brasil. Os eletricitários lutam para defender seus direitos e contra os abusos e arbitrariedades cometidos pela direção da empresa a mando do governo militar antipovo e vende-pátria de Bolsonaro e generais.
Os eletricitários denunciam que a empresa vem rebaixando as condições de trabalho, promovendo demissões e sucateamento para impor a privatização. Os trabalhadores denunciam que a empresa, ao ser privatizada, oferecerá um serviço à população ainda mais caro e de baixíssima qualidade, pois os lucros dos acionistas seriam maximizados para cobrir os dividendos e enriquecê-los, tal como acontece com a Petrobrás no caso da adoção do Preço Paritário Internacional (PPI).
Congresso corrupto aprova a privatização
O texto-base da medida provisória que autorizou a privatização da Eletrobrás foi aprovado em meados de 2021 pelo Congresso Nacional. A aprovação se deu após negociações entre os deputados corruptos e o governo militar reacionário, por meio do método chamado “toma lá, dá cá”.
Esse sistema de troca de favores foi amplamente criticado por Bolsonaro antes de assumir a presidência. Em entrevista ao Canal Livre na Band em 29/11/2017, o reacionário declarou demagogicamente: “Toda a imprensa pergunta pra mim: 'Como você vai governar sem o ‘toma lá, dá cá’?' Eu devolveria a pergunta à vocês: existe outra forma de governar, ou é só essa? Se é só essa, eu tô fora! Se é para aceitar indicações políticas, a raiz da ineficiência do Estado e da corrupção, aí fica difícil você apresentar uma proposta que possa realmente proporcionar dias melhores para a nossa população.”.