Dois dirigentes do Instituto para as Obras de Religião (IOR), nome oficial do vulgarmente denominado Banco do Vaticano, estão sendo investigados pelas autoridades italianas por crime de lavagem de dinheiro. Ettore Gotti Tedeschi, ex-presidente do banco Santander na Itália, ligado à Opus Dei (do latim "Obra de Deus", organização ortodoxa e reacionária da Igreja Católica, estreitamente ligada à extrema-direita e gerenciamentos fascistas em todo o mundo) e atual presidente do IOR, e o diretor-geral da entidade financeira da Santa Sé, Paolo Cipriani, manejaram 23 milhões de euros (cerca de 30 milhões de dólares) de maneira pouco católica, por assim dizer, o que fez com que o dinheiro fosse bloqueado pela justiça italiana.
Como era de se esperar, Josef Ratzinger, que ora encarna o papa Bento XVI, manifestou "surpresa" e "perplexidade" com a ousadia, ou melhor, a heresia de se investigar a sua igreja. Porém, não há papa que desconheça o fato de que o status de paraíso fiscal do Vaticano é usado para malabarismos financeiros com contas de associações católicas.