As empresas de comunicação no Brasil nos têm brindado com uma versão única e replicada a respeito da Segurança Pública. O Estado tem ferramentas para lograr esse consenso. A mais importante é a verba publicitária. O jornal Le monde Diplomatique na sua edição nacional segue essas mesmas diretivas.
O fato que chama a atenção é que esse mesmo jornal conservador, fora do Brasil (e do patrocínio do governo FMI-PT), ao comentar as ações policiais acontecidas no Rio de Janeiro o faz desde um ponto de vista que aqui certamente lhe cortaria as verbas. Na sua edição Cono Sur (destinada à Argentina, Uruguai e Paraguai) de janeiro, traz uma série de reportagens cujo foco principal é a polícia como elemento mafioso nos dois maiores países da América do Sul, intitulada O Estado refém do crime organizado.
O título grandiloquente, entretanto, esconde que, de fato, o Estado não é refém nenhum do crime organizado, senão que organizador, promotor e defensor dos crimes aos quais finge dar combate, o utilizando como pretexto para implementar as mais brutais políticas antipovo contra os pobres.