O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) divulgou no início de julho o Relatório da Violência contra os Povos Indígenas no Brasil 2011 (relativo ao ano passado).
Entre as violações apontadas estão o alto número de assassinatos de índios (boa parte a mando do latifúndio); as invasões de terras tribais, principalmente por fazendeiros e empresários; os suicídios; o descumprimento das promessas de demarcação de áreas; o desleixo quanto à saúde indígena por parte da gerência petista, destacando-se aí a mortalidade infantil.
O documento acusa a gerência de Luiz Inácio, encerrada em janeiro, de ter sido a mais desastrosa dos últimos 20 anos para as nações indígenas do país. Como no campo da luta pelos direitos indígenas o CIMI está longe de ser uma unanimidade e tem sido bastante criticado por setores combativos de movimentos populares, é justo acreditar que os dados são ainda subestimados. Apresentamos a seguir uma síntese do Relatório:
"A quem responsabilizar pelas violações dos direitos indígenas no Brasil?" Quem assumirá as responsabilidades, findado um governo de oito anos, sendo que neste período as violências contra os povos indígenas se intensificaram de forma constante e assustadora?
Ao avaliarmos os dois mandatos do ex-presidente Lula no que se refere à política indigenista, se chega à conclusão de que ela foi extremamente negativa e desencadeou trágicas consequências para povos e comunidades.
Em relação às demarcações de terras, depois de oito anos o resultado foi quase que inócuo. Ou seja, o presidente não cumpriu o compromisso assumido (mesmo antes de eleito) de que demarcaria todas as terras indígenas. Em termos comparativos o ex-presidente Lula perdeu até mesmo para os governos Collor/Itamar e Fernando Henrique.