A música sempre fez parte da vida dessa mineira de Itabirito, mas, por muitos anos, Mimita Malheiros teve que conter seu desejo de cantar por conta da proibição dos pais e marido. Já na dita "terceira idade", viúva pela segunda vez, Mimita teve o 'atrevimento', como define, de se lançar nas noites de Belo Horizonte, apresentando-se profissionalmente e dando canjas. Sempre bem humorada, brincalhona, com mais de 80 anos de idade, se prepara para gravar seu terceiro disco.
— Meu nome é Maria do Carmo Malheiros Ribeiro, Mimita é um apelido que surgiu quando ainda era bem pequena. Os vizinhos me viam brincando e ficavam chamando 'Carminha, Carmita', e isso virou Mimita. Mamãe não gostava, mas não teve jeito porque colou (risos). E, Desde esse tempo, tinha o sonho de ser cantora — conta.
— Minha preferência era pelo romantismo, assim, Ângela Maria, que estava começando naquela época, Emilinha Borba, Elizinha Batista, entre outras, me inspiravam. Mas minha mãe não queria, apesar de apreciar minha voz. Até deixava que eu e meus irmãos estudássemos piano, mas virar cantores e ir para o Rio de Janeiro, isso de jeito nenhum.