A entrada da Venezuela gerenciada pelo coronel demagogo Hugo Chávez no Mercosul é um fato sobre o qual se tem produzido - ou melhor, tem-se reforçado - muita patranha, muita mistificação em torno da realidade da América do Sul enquanto região historicamente explorada que teria em figuras como Chávez a personificação de "governos" que, dizem por aí, enfim representam alguma resistência ao imperialismo ianque após décadas, séculos do mais famigerado servilismo.
Assim é com Hugo Chávez, que pela frente não economiza arroubos verborrágicos sobre "Revolução Bolivariana" e contra o imperialismo ianque, mas por trás assina contratos com um número cada vez maior de monopólios. A cada transnacional expulsa ou estatizada, chegam duas outras para agravar a rapina semicolonial no país. Segundo dados da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), o Investimento Estrangeiro Direto (IED, índice com o qual se costuma medir a expansão de transnacionais por meio da criação ou reforço de filiais que remetem lucros para a matriz) aumentou nada menos do que 339% na Venezuela em 2011.