No dia 10 de dezembro durante a madrugada, aconteceu mais uma operação policial na que resultou no assassinato de três jovens, na comunidade do Turano, zona norte do Rio. Participaram da ação o Grupamento de Intervenções Táticas (GIT) e a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP).
Segundo relato de moradores, por volta de 4h30 já podia-se ouvir som de disparos que se repetiram manhã à dentro resultando na morte de rapazes com idade entre 16 e 17 anos.
Uma moradora, que não quis se identificar, afirmou ao AND que Rafael, um dos jovens assassinados, mesmo não oferecendo resistência e ajoelhado para se entregar, foi brutalmente alvejado na cabeça com um tiro disparado por um policial. Foram assassinados também outros dois rapazes de nomes Guilherme e Maikon.
Ainda segundo relato de moradores, a Polícia Militar (PM) chegou ao local disparando tiros sobre a comunidade utilizando-se da tática conhecida como “tróia”, onde o policial invade a casa de algum morador e lá permanece, mesmo após a tropa se retirar, a espera de um possível suspeito para alvejar.
Conforme denúncia de um dos moradores, em todas invasões feitas pela PM à comunidade o pretexto dado para o cometimento de assassinatos é de que “matam para se defender”, alegando auto de resistência.
De acordo com dados, certamente subestimados, do Instituto de Segurança Pública (ISP), as intervenções policiais no primeiro trimestre de 2019 ocasionaram quatro mortes por dia, o que representa aumento de 18% em relação ao ano anterior. Destaca-se também o fato de que assim como os jovens que foram assassinados, a maioria dos moradores de periferias e favelas do brasil são pobres e negros, portanto, essa é a população que mais sofre com os crimes do velho Estado.
Outra jovem moradora do Turano desabafou à reportagem de AND:
— Bolsonaro quer é isso aí, tirar todo benefício, todo direito do pobre, entendeu? Não tem emprego, não tem um jovem aprendiz, não tem apoio, não tem benefício de lado nenhum, aí o que acontece? Eles gostam de matar pobre. Vai em festa de rico, vai lá pra você ver! — completou a mulher.
O velho Estado e sua política de opressão, que marginaliza os jovens e os lança a sua própria sorte, agora com Bolsonaro e com sua politica fascista as forças de repressão têm aval formal para atacarem de forma impune e aberta a juventude e os trabalhadores.
Também no dia 10, houve mais uma invasão da PM, desta vez, à comunidade da Coréia, em Bangu, zona oeste do Rio, durante a manhã. A operação resultou no assassinato de um homem. O jovem chamado Alexandre foi socorrido e conduzido, ao Hospital Municipal Albert Schweitzer, onde foi a óbito.
Rafael, Guilherme e Maikon, assassinados pela PM no Turano. Foto: Reprodução/Redes socias