Movimento Feminino Popular esteve presente no ato e levou uma grande faixa com a consigna Despertar a Fúria Revolucionária da Mulher! Foto: Vanessa Ataliba/Zimel Press/Estadão Conteúdo
No dia 8 de novembro, o Rio de Janeiro, assim como em diversas cidades do Brasil, assistiu a uma manifestação em repúdio à conduta do Ministério Público e do judiciário no caso de Mariana Ferrer, vítima de estupro cujo acusado é um jovem rico. Centenas de jovens e mulheres revoltadas participaram dessa grande manifestação, concentrada na Cinelândia.
O Movimento Feminino Popular (MFP) participou ativamente da manifestação, propagandeando suas consignas como Despertar a Fúria Revolucionária da Mulher! e Pra mulher se libertar, de toda opressão, só com a luta proletária e a Revolução!
Em contrapartida, os oportunistas utilizaram do fato político para propagandear seu circo eleitoral, e estavam lá todo tipo de personagens já bem conhecidos por suas alianças sujas para conservar esse Estado que nunca serviu a vida das mulheres do povo.
A manifestação foi convocada nacionalmente contra todo tipo de opressão feminina propagada pelos reacionários mais insolentes e aprofundada pela ofensiva fascista e obscurantista do governo de Bolsonaro e generais.
Milhares de mulheres e homens participaram do ato em repúdio a justiça burguesa e opressora de nosso país. Foto: Comitê de Apoio de Niterói
O Caso de Mariana Ferrer
O caso de Mariana Ferrer repercutiu nacionalmente devido à baboseira reacionária proferida pelo advogado do acusado, Cláudio Gastão da Rocha Filho, que humilhava a vítima com frases dignas de pelo menos dois séculos atrás. Advogado esse, que tem em seu histórico a defesa das figuras mais indefensáveis, e que, como ele, babam reacionarismo, Olavo de Carvalho e Sara Winter. Claudio Gastão da Rocha Filho, o advogado preferido da horda fascista conseguiu absolver um caso de estupro cometido pelo empresário ricaço ligado à Rede Globo, André Camargo.
Toda a “defesa” de André Camargo pelo advogado da extrema direita fundamenta-se em fotos de Mariana na internet. Tais “provas” do “estupro culposo” se baseiam no comportamento de Mariana nas redes sociais, e insinua o advogado que uma hora ou outra o estupro aconteceria. Ou seja, a questão do estupro não foi retirada do julgamento, e nem poderia ser, pois houve provas da câmera do local do crime, mas esse foi justificado pela defesa.
O MFP se coloca na defesa dos direitos das mulheres e pela Revolução de No Democracia. Foto: Comitê de Apoio de Niterói/RJ
Mesmo com as provas que corroboram a versão de Mariana, nesse Estado, o judiciário serviçal das classes de grandes burgueses e latifundiários não faz mais do que interpretar a lei em seu espírito, e por isso fazem o que querem com as amplas massas, e inclusive com as mulheres do povo. O que resta dessa justiça burguesa para as amplas massas é violência e brutalidade.
O Estado e sua política antipovo
Isso se comprova quando vemos o número de vítimas de estupro notificados no Brasil. Segundo os dados de Segurança Pública de 2018, as mulheres são vítimas de 66 mil estupros por ano. E se tratam apenas de estupros notificados, porque é necessário apontar que as mulheres do povo não confiam (e nem devem confiar) na polícia e nesse velho Estado, e portanto, há uma notória subnotificação dos casos.
Um dos fatores que impulsiona essa desconfiança das mulheres violentadas para com a polícia se deve a casos de abusadores ou protetores de abusadores se encontrarem nos altos postos, como evidenciou os casos de estupros ou agressões durante a invasão do Exército ao Haiti, no Complexo do Alemão e durante a intervenção militar de 2018, no RJ, além das cotidianas praticadas pela PM.
O MFP denuncia também denuncia um caso semelhante que ocorreu a uma de suas militantes: “Remis Carla, militante do MFP e do MEPR, assassinada covardemente pelo seu ex-namorado em dezembro de 2017, um mês antes de seu assassinato, havia realizado uma queixa em uma delegacia da mulher denunciando as ameaças e agressões do ex-namorado. Entretanto, a polícia foi sarcástica com nossa companheira, chegando a sugerir que ela teria forjado as marcas de agressão em seu braço com tinta de caneta.”
O caso de Mariana Ferrer, portanto, só expressa o que já está visível a todos, a exploração, opressão e humilhação de as mulheres do povo tem que passar nessa sociedade quando ousam denunciar seus algozes.