No dia 07 de dezembro, o camponês João de Deus Moreira Rodrigues, conhecido como “Conzinhado”, 50 anos, foi covardemente alvejado com tiros de revólver pelas costas, efetuados por dois pistoleiros na Rua Pedro Leandro Fernandes, zona urbana de Arari, distante 167 km de São Luís. Morador do Povoado Santo Antônio, em Arari no estado do Maranhão, "Conzinhado" é militante do movimento Fóruns e Redes de Cidadania do Maranhão.
Segundo nota pública emitida pelo movimento Fóruns e Redes, o camponês foi socorrido e levado às pressas para o hospital, onde foi submetido a um procedimento cirúrgico. Até a data de emissão da nota, o mesmo se encontrava em estado grave correndo risco de morte.
João de Deus, foi um dos citados em boletins de ocorrência por grileiros, em ação deliberada das autoridades de Arari, que em conluio com o judiciário, o Ministério Público, o governo do estado, latifundiários e grileiros de terras da região, travam uma perseguição a fim de criminalizar os movimentos populares. Em 2019, camponeses da baixada maranhense foram libertados após intensa e vitoriosa campanha a favor dos presos políticos promovida por movimentos populares e democráticos por todo o país.
O movimento denuncia ainda dois assassinatos de camponeses no Povoado Cedro, cidade de Arari, ocorridos este ano. Conforme noticiado por AND em “MA: Pistoleiros assassinam camponeses perseguidos políticos na Baixada Maranhense (Arari)“, Jucelino Fernandes e Wanderson de Jesus Fernandes, pai e filho, foram executados na calada da noite e crimes que seguem impunes até hoje. De acordo com a denúncia, nem mandantes e nem pistoleiros foram presos.
Conforme afirma o movimento, essas situações de assassinatos, tentativas e ameaças ao povo camponês é de conhecimento público das autoridades de Arari e do estado do Maranhão, governado por Flávio Dino/PCdoB. O que confirma isto são as várias denúncias já foram feitas relatando o conflito agrário envolvendo comunidades tradicionais de Arari e grileiros.
Os latifundiários da região perpetuam a prática de tomar posse ilegal de terras públicas da Área de Proteção Ambiental. Para isto, cercam os campos públicos para criação de gado bubalino, inclusive com a utilização de cercas elétricas. O que leva a disputar diretamente o local com os moradores que retiram o sustento de seus familiares por meio do pescado e da criação de animais, principalmente porcos.
Os camponeses da comunidade sob a consigna “Abaixo as cercas, campos livres! Povo unido e organizado luta e vence”, exigem exemplar punição aos responsáveis por esse ataque violento. Exigem, também, a derrubada urgente de todas as cercas do latifúndio na baixada ocidental maranhense.
Ato ocorrido em 18/12 durante o XII Encontro Estadual dos Fóruns e Redes de Cidadania. Foto: Fóruns e Redes de Cidadania do Maranhão.