Mais de 140 famílias que vivem desde 1990 na comunidade de Monjolo, em Tuverlândia, estado de Goiás (GO), receberam no dia 25 de janeiro uma ameaça de despejo emitida pelo judiciário reacionário. A decisão emitida ocorreu mesmo o durante o estado de calamidade pública por conta do Covid-19.
O juiz Dr. Luciano Borges da Silva, da Comarca da Vara Cível de Maurilândia, também em GO, assinou o documento onde estabeleceu um prazo de 60 dias para que as famílias saiam de suas residências sob a ameaça de mais um despejo forçado pelo braço armado do velho Estado.
O latifúndio antes chamado de Fazenda Monjolo, hoje abriga centenas de famílias da comunidade Monjolo. Após a ocupação a área foi reivindicada pelo suposto proprietário que começou a construir um cassino de jogos no local. Ele tentou também negociar com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para que o despejo fosse realizado.
Em 2017, um outro despejo foi ordenado e ocorreu de forma violenta, porém as famílias não se intimidaram e seguem trabalhando e vivendo na terra conquistada.
Atualmente a produção das famílias faz parte do abastecimento da cidade de Tuverlândia e cidades vizinhas. As pessoas residentes na comunidade somavam 15% da população da cidade.
Camponeses recebem apoio da população das cidades da região durante audiência pública em 2017. Foto: Banco de Dados AND.