Pichação encontrada na cidade de Maringá. Foto: Banco de Dados AND
Nesta quinta-feira (08), os motoristas do transporte público de Maringá entraram em greve. Na quarta-feira, os trabalhadores foram informados pela empresa, a TCCC – Transporte Coletivo Cidade Canção, de que não receberiam o salário integral e decidiram parar as atividades no dia seguinte.
A empresa alega não ter recursos e exige da prefeitura de Maringá o auxílio de R$20 milhões para suprir suas despesas, condicionando o restante do pagamento de seus funcionários ao repasse de verba por parte da prefeitura.
Em conversa com os motoristas, o comitê do jornal A Nova Democracia apurou que os motoristas receberam somente cerca de 30% do salário e que aguardam o restante do pagamento para voltar a trabalhar, pois o valor repassado não é suficiente para pagar as contas, comprar alimentos e atender demais necessidades.
SEGUNDA GREVE DO ANO
Exatos dois meses após a primeira greve, que ocorreu em 8 de fevereiro, as pautas dos grevistas não foram atendidas, culminando agora em uma greve cuja reivindicação é o próprio salário. Entre as pautas anteriormente levantadas pelos trabalhadores estão o reajuste salarial, que já está em seu segundo ano de atraso, pagamento de horas extras trabalhadas e fornecimento de EPIs. Os trabalhadores informaram que nenhuma das reivindicações foi atendida.
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De maneira insuficiente, foi fornecida pela empresa uma máscara para cada motorista, totalizando 02 máscaras entregues desde o início da pandemia. Além de não caberem no rosto da maioria dos motoristas, foram confeccionadas em material frágil, com relatos de máscaras arrebentando no primeiro uso. Somam-se a isso a precária higienização dos ônibus, que rodam cheios, e casos confirmados de covid-19 entre os motoristas, que trabalham expostos ao vírus, sem terem sido vacinados.
Ainda, os motoristas questionam a falta de recursos para pagamento de salário enquanto a empresa aumenta seu quadro de motoristas, com mais de 30 contratações realizadas desde a última greve.
A greve limitou-se a Maringá e, segundo informações, os motoristas das empresas da região metropolitana receberam o salário normalmente, o que seria uma tentativa de enfraquecer os motoristas enquanto categoria e pressionar a prefeitura para liberação de recursos.
Segundo os motoristas, existe a possibilidade de greve no transporte público de Londrina, onde os trabalhadores também não foram pagos.
Na noite de quinta-feira (08), foi expedida uma liminar na Justiça do Trabalho obrigando a circulação de 70% da frota de ônibus, com multa de R$ 200 mil, caso seja descumprida. A decisão judicial ainda impede a manifestação dos motoristas na quinta e sexta-feira e que estes impeçam a circulação de ônibus, ameaçando multar o sindicato e alguns motoristas, citados nominalmente no documento, em R$ 15 mil por dia.