O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), diante da atual situação de cerco, perseguição, e ameaças arbitrárias contra os camponeses da Área Revolucionária Tiago Campin dos Santos e Ademar Ferreira, em Nova Mutum Paraná no estado de Rondônia, promove um manifesto e lança um abaixo-assinado com objetivo de defender e dar visibilidade à luta pela terra em Rondônia.
A iniciativa ocorre no momento em que mais de 3 mil policiais da Força Nacional de Bolsonaro e Polícia Militar de Rondônia, sob o pretexto da realização de um despejo, preparam um massacre.
No documento, os estudantes denunciam que o estado de Rondônia “tem em sua recente história centenas de episódios de massacres a todos aqueles que se atrevem a lutar contra o latifúndio, sendo a dizimação de milhares de indígenas expressão disso”. Ainda afirmam que essa região é “terra dos conflitos agrários”. E apontam que “somente em 2021 mais de cinco camponeses das áreas foram assassinados, fora os que se atreviam a apoiá-los nos comércios locais”.
Na nota os estudantes lembraram também que o reacionário governador de RO, Marcos Rocha e José Hélio Cysneiros Pachá, “o mesmo que comandou um Batalhão da PM em 1995, o carniceiro de Santa Elina”, estão envolvidos na operação. Ainda anunciam: “Não podemos permitir que mais um crime seja cometido contra os camponeses em luta aos moldes do que aconteceu em 1995, referindo-se ao episódio conhecido como Heroica Resistência de Corumbiara.
Finalizaram o documento com as seguintes consignas: Lutar não é crime! Terra para quem nela vive e trabalha!
Até o momento mais de 300 entidades, organizações e democratas se posicionaram ao lado das mais de 800 famílias que vivem na Área Revolucionária Tiago Campin dos Santos. Eles declaram no documento que “não permitirão que um novo massacre se acometa na região e exigem que as forças armadas diversas se retirem do local''.
Entre os signatários estão o Jornal A Nova Democracia, Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo), Associação Brasileira dos Advogados do Povo/Gabriel Pimenta (Abrapo), Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Brigadas Populares, Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), Associação da Mobilização dos Professores de Goiás (AMPG), Sindicato Comando de Luta da Educação de Aparecida de Goiânia, Ouvidoria Geral Externa da (DPE-Pará), Fóruns e Redes de Cidadania do Maranhão, Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Associação dos Familiares de presos de Rondônia e Agenda Nacional pelo Desencarceramento (Afaparo), Luta unificada dos trabalhadores da educação (Lute), entre outros.
Para assinar a moção de apoio e solidariedade, acesse o link : https://forms.gle/LbF3SyFdrQf32Qod8
Foto: DCE Unir