No início de 2022, famílias camponesas ocuparam um latifúndio em Itagimirim, município localizado no extremo sul da Bahia. A área em questão pertencia a prefeitura e desde 2015 havia sido destinada à construção de casas populares, porém após sete anos o local permanecia sem uso.
Em 07 de fevereiro, resistindo com vigor a uma tentativa de despejo levada a cabo pela Polícia Militar, os camponeses organizados pelo Movimento Resistência Camponesa (MRC) demonstraram disposição em permanecer no local e tornar aquelas terras úteis e produtivas.
Camponeses resistem a despejo e denunciam que há 7 anos prefeitura detém a posse do local e nunca implementou moradias conforme havia definido. Foto: Reprodução
A promessa nunca cumprida
No ano de 2015, a prefeitura municipal de Itagimirim recebeu por meio de doação uma área de aproximadamente 18 hectares. Segundo o Programa de Habitação Municipal (PHM), o antigo latifúndio deveria ser convertido em 904 lotes de terra de cerca de 200 metros quadrados.
Uma lista de beneficiados com os lotes chegou a ser divulgada em dezembro daquele ano, mas a prefeitura não realizou as construções, nem ao menos preparou infraestrutura (água, rede de esgoto e eletricidade) e a área recentemente ocupada, permaneceu inutilizada.
Segundo informações do portal Bahia40graus, o atual prefeito da cidade, Luizinho/Podemos pretendia instalar uma indústria em parte do local destinado às residências.
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