Mais de 300 famílias resistiram construindo barricadas em chamas e atirando pedras e paus a um despejo, em Rio Branco, no Acré, dia 25 de julho. A Polícia Militar (PM) derrubou as casas e reintegrou o terreno, localizado no conjunto Joafra.
Ainda segundo relatos, os PMs chegaram às quatro da manhã do dia 25 e, de maneira truculenta, derrubaram violentamente os barracos. Alguns moradores com necessidades especiais tiveram dificuldade em sair do local, assim como idosos.
A população afirma que em nenhuma das ações realizadas pela prefeitura em conjunto com a PM havia mandados de reintegração de posse, nem tampouco se sabe quem é o proprietário do terreno (o que torna a ação ilegal).
Os moradores relataram que as famílias, sem moradia, foram para o terreno há cerca de dois meses e que o terreno estava abandonado há muito tempo, sendo inclusive rota de fuga para delinquentes. As famílias chegaram ao local e decidiram ocupá-lo após ficarem sem condições de pagar seus respectivos aluguéis. Algumas famílias estavam, após esses dois meses, concluindo as construções.
Atualmente a capital do Acre vive uma intensa disputa de território entre grupos delinquentes do tráfico de drogas, fato que ocasionou aumento considerável do número de homicídios e latrocínios, mas a prioridade dos órgãos do velho Estado são ações contra o proletariado.
Responde das famílias
Na manhã do dia seguinte ao despejo, a Praça da Revolução, no centro de Rio Branco, foi tomada por cerca de 200 famílias que realizaram um ato contra a expulsão irregular e cobrando um posicionamento oficial para a situação do alojamento das famílias.
Novamente os moradores relataram a truculência policial em uma ação sem haver ao menos a reintegração de posse expedida pelo judiciário, além dos esclarecimentos sobre o proprietário da terra. Os moradores afirmaram ainda que é dever do Estado garantir moradia a todos e criticaram a “aproximação com a população” apenas em época de farsa eleitoral.